Anthropic Avança na Compreensão da Mente das IAs: Desvendando a Caixa Preta
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem revolucionado diversas áreas, atraído a atenção do público de forma ampla e provocado debates nas redes sociais.
Contudo, um dos maiores desafios é entender o que ocorre dentro das redes neurais artificiais, parte crítica do funcionamento das IAs e que ainda pode ser considerada uma “Caixa Preta”, mesmo para as empresas que desenvolvem a tecnologia.
Recentemente, a Anthropic, uma empresa de pesquisa em IA, fez avanços significativos nessa área.
Liderada por Chris Olah, a equipe de pesquisa da Anthropic está desvendando os mistérios das redes neurais para tornar os modelos de IA mais seguros e controláveis.
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Anthropic Desvendando a Caixa Preta da Inteligência Artificial
A Anthropic tem se dedicado a entender o que acontece dentro dos modelos de linguagem de grande porte (LLMs – como o ChatGPT e Google Gemini).
Mas, por que o termo “Caixa Preta”?
As redes neurais modernas são compostas por milhões ou até bilhões de neurônios artificiais, cada um contribuindo para o resultado final de maneira não linear e interdependente.
A altíssima velocidade no processamento de dados e o funcionamento dos algoritmos impossibilita, até então, que mesmo os pesquisadores que desenvolvem IAs tenham um real conhecimento de toda a trilha de processos entre uma solicitação (input) e saída de informação (output).
Entretanto agora, com uma técnica chamada Dictionary Learning (“Aprendizado de Dicionário”), os pesquisadores mapearam padrões de neurônios que correspondem a conceitos específicos em um dos seus modelos mais modernos, o Claude 3 Sonnet.
Assim como estudos de neurociência interpretam escaneamentos cerebrais, a Anthropic decodifica neurônios digitais para compreender melhor como os LLMs geram certos resultados.
Esses avanços são cruciais para identificar e mitigar comportamentos indesejáveis em IA.
A Importância da Interpretação Mecanística
A interpretação mecanística é vital para melhorar a segurança dos modelos de IA.
A pesquisa da Anthropic mostrou que é possível identificar padrões neurais que sinalizam conceitos perigosos, como armas biológicas ou práticas de programação inseguras.
Com essa informação, os desenvolvedores podem ajustar os modelos para suprimir comportamentos indesejáveis e promover respostas mais seguras.
Este “ajuste cerebral” nos modelos de IA ajuda a reduzir vieses e prevenir a geração de conteúdo nocivo.
De acordo com Jacob Andreas (prof. Ciência da Computação no MIT):
“In the same way that understanding basic things about how people work has helped us cure diseases, understanding how these models work will both let us recognize when things are about to go wrong and let us build better tools for controlling them […]”.
Nossa Tradução:
“Da mesma forma que entender aspectos básicos sobre como as pessoas funcionam nos ajudou a curar doenças, entender como esses modelos (‘de inteligência artificial’) funcionam nos permitirá reconhecer quando algo está prestes a dar errado e criar melhores ferramentas para controlá-los […]”.
Fonte: The NYT.
Manipulação de Comportamento em Modelos de Inteligência Artificial
Um dos avanços mais significativos da Anthropic é a capacidade de manipular o comportamento dos LLMs ajustando estes padrões neurais.
Ao amplificar ou suprimir certos conceitos, os pesquisadores podem influenciar diretamente a forma como os modelos respondem a determinados tópicos.
Isso permite criar modelos mais robustos e alinhados com os valores humanos.
No entanto, a manipulação excessiva pode levar a resultados indesejáveis (alucinações), como a obsessão por um tema específico, destacando a necessidade de um equilíbrio cuidadoso.
Confira maiores detalhes no Blog Post Oficial da empresa: “Mapeando a mente de um grande modelo de linguagem” (by Anthropic).
Conclusões
Os esforços da Anthropic representam um passo importante para tornar a inteligência artificial mais transparente e segura.
A capacidade de “olhar dentro” dos modelos de IA e ajustar seus comportamentos pode revolucionar a forma como interagimos com essas tecnologias.
Embora ainda haja muitos desafios pela frente, a pesquisa atual abre caminho para um futuro onde os modelos de IA sejam não apenas poderosos, mas também potencialmente compreensíveis e seguros para todos.
Infelizmente, o modelo Claude ainda está em processo de liberação de uso para o Brasil, até a data da publicação desta matéria.
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